O fim do ano é sempre uma época de otimismo para o varejo, contudo, fatores como a retomada presencial e o fortalecimento do e-commerce trazem um novo ar aos negócios após quase dois anos de pandemia. A expectativa para as vendas de fim de ano com Natal e Ano Novo são otimistas.
Em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas no Natal de 2021 pode ser 3,8% maior do que no ano anterior. Além disso, o ano já vinha apresentando melhoras no setor online: o e-commerce teve R$ 15,2 bilhões de faturamento, contra R$ 12,8 bilhões de 2020. O número de pedidos subiu 13%, de 22,8 milhões para 25,8 milhões no mês. O ticket médio (valor médio das compras) foi maior, com alta de 3%.
Compras de Natal
Especialistas apontam que o clima de incerteza do final de 2020, onde ainda não havia uma medida efetiva para barrar o avanço da pandemia e muitos ambientes se encontravam fechados, contribuiu para que as vendas de Natal não fossem tão altas como o esperado.
O clima, no entanto, para 2021 é o oposto. Após o sucesso das campanhas de vacinação e das medidas de isolamento social, muitos setores já enxergam um respiro – algumas empresas já estão reativando os escritórios presenciais e muitas lojas já se encontram abertas.
Outro fator de otimismo está na contratação de funcionários temporários para atender a demanda do fim do ano. A CNC projeta a contratação de 94,2 mil trabalhadores na modalidade para o Natal 2021. Se os dados forem confirmados, essa será a maior oferta de trabalho no varejo desde o Natal de 2013.
Festas de final de ano
A SA Varejo publicou, na semana passada, uma pesquisa feita no varejo de todo o país sobre as expectativas com as vendas nas festas de fim de ano. 98% dos varejistas acreditam que a vacinação vai ajudar no crescimento das vendas no período.
As medidas de isolamento social impediram a realização de festas familiares e eventos tradicionais de réveillon, embora algumas prefeituras preferiram manter a medida de não realizar eventos festivos, o público geral está mais confiante em voltar a se reunir.
As vendas de itens tradicionais do período são vistas com otimismo pelos varejistas. 56,8% dos entrevistados enxergam crescimento na venda de bacalhau e carnes natalinas. E 81,9% veem crescimento na venda de bebidas em geral. No ano passado, esse percentual era de 64,5%, ou seja, média de 14,4% de crescimento desses produtos ao comparar os dois anos.
E-commerce
O rápido processo de digitalização iniciado em 2020 trouxe um crescimento significativo para o setor de vendas online e o mesmo vem se repetindo em 2021, sobretudo para as vendas de fim de ano.
A Black Friday já registrou uma alta no valor investido na modalidade, foram R$ 4,2 bilhões em faturamento, um crescimento nominal de 5%. O número de pedidos caiu 9%, para 5,6 milhões, e o ticket médio subiu 16%. Ou seja, embora tenham sido feitos menos pedidos, o valor médio gasto em cada um foi maior de acordo com dados da NielsenIQ|Ebit.
No Natal e Ano Novo não deve ser diferente. Muitos consumidores vêm abraçando cada vez mais as modalidades digitais. Por isso, outra forte tendência para as vendas de final de ano é o Pix, que já é a segunda forma de pagamento mais utilizada no país. De acordo com CNDL e SPC Brasil, a opção vem atrás somente do dinheiro na preferência dos brasileiros.
E ainda Para a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas através da internet devem chegar a 18,7% de participação nas vendas totais do varejo brasileiro em novembro de 2021. Segundo a entidade, esse é um novo recorde do e-commerce no Brasil.
Contudo é importante se atentar a segurança digital e a golpes aplicados na internet. Por isso, o investimento em certificados de segurança digital e procedimentos em conformidade com a LGPD são indispensáveis para os negócios que desejam florescer em meios online.
Marketing digital
Outra forte tendência é o marketing digital. A pesquisa da SA Varejo apontou que 93,3% dos varejistas pretendem investir em publicidade no meio online. Afinal, o fortalecimento das redes sociais e do e-commerce colabora para crescimentos nesse tipo de propaganda.
Dessa forma, o marketing digital será um forte aliado competitivo, o que, aliado à tendência de compras online e à expectativa positiva dos varejistas, vai contribuir para vencer a concorrência do período.